FUNDAÇÃO DANIEL DAZCAL

PROJETO PEMACULTURA AMAZÔNICA

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

     

4.1.2 Oficina de Minhocultura

Em setembro de 2003, recebemos a visita de um grupo de 30 pessoas (professores e alunos) da 5ª e 6ª série do ensino fundamental da escola municipal João Paulo II da comunidade do Puraquequara, interessados em conhecer as atividades realizadas na Unidade Demonstrativa de Permacultura (UDP). Na ocasião foi realizada uma caminhada com o acompanhamento de um técnico do projeto para explicar o funcionamento de todo o sistema permacultural, A segunda etapa das atividades foi realizada uma oficina de Minhocultura (criação de minhocas), onde as crianças puderam aprender sobre a importância das minhocas para a vida do solo. Como atividade prática as crianças construíram pequenos minhocários com material reciclado (caixotes de frutas e papelão), como fonte de alimentos para minhocas foram utilizados restos de alimentos coletados pelas próprias crianças. Todo o húmus produzido será utilizado para adubar os canteiros da horta orgânica da escola que fornece hortaliças de qualidade para a merenda das crianças.

4.1.3 Projeto Uruçu – Criação de abelhas indígenas (sem ferrão)

O projeto de criação de abelhas indígenas é um trabalho pioneiro que envolve crianças na faixa etária de 6 a 12 anos, filhos de comunitários do bairro Zumbi dos Palmares. Além de aprenderem a manejar abelhas sem ferrão as crianças aprendem também sobre práticas permaculturais. O objetivo futuro deste projeto é formação de meliponicultores e instrutores de permacultura que podem atuar como guias de visitantes no projeto ou liderar projetos comunitários de permacultura em várias localidades da cidade de Manaus.

4.2 Ação da Permacultura em comunidades rurais

4.2.1 Projeto BVR – Boa Vista do Ramos

Nas três últimas décadas a Amazônia foi incorporada a um projeto político de ocupação e uso dos recursos naturais existentes sem, contudo considerar as particularidades sociais e ambientais da região. Como fruto deste projeto herdamos a pecuária extensiva como um modelo produtivo e defendido por muitos como um das alternativas de renda. Desta maneira, a cada ano grandes áreas de floresta primária têm sido transformadas em áreas de pastagem para criação gado, sendo está a principal atividade responsável pelo desmatamento, pelas queimadas e consequentemente pela perda de solos férteis.

O município de Boa Vista do Ramos, situado na região do baixo rio Amazonas é um exemplo clássico do processo de substituição de florestas por pastagem para gado, sendo a pecuária extensiva a principal atividade econômica do município. Neste contexto, o projeto Permacultura Amazônica em parceria com alguns projetos (Casa Familiar Rural e Iraquara - criação de abelhas sem ferrão) que já atuam na região de BVR buscando gerar alternativas sustentáveis para mudar o atual cenário do município de Boa Vista do Ramos. Dará inicio a um programa de permacultura visando gerar alternativas econômicas sustentáveis que a médio e a longo prazo substituam pastagens improdutivas por sistemas ecológicos, permanentes e produtivos. Nossa meta é iniciar o programa com 10 famílias locais a serem selecionadas pelo projeto. As famílias serão capacitadas, terão acompanhamento técnico pela equipe do projeto, terão apoio financeiro para a implementação dos sistemas e ainda receberão uma espécie de bolsa “poupança” de acordo com os critérios estabelecidos pelo programa.

Neste sentido, alguns passos importantes já foram dados no sentido de viabilizar o processo de implementação do programa em BVR. Em 2003, foram realizadas visitas da equipe do projeto ao município de BVR, com o objetivo de realizar um sondeio para conhecer as comunidades, conversar com lideranças locais, comunitários e discutir com os projetos parceiros o desenho experimental em construção. Como resultado prático já alcançado o projeto participou de uma assembléia realizada com a associação de pais da Casa Familiar Rural (CRF) e por unanimidade foi concedida uma área de terra do terreno da CRF para a construção da base da permacultura em BVR. Em contra partida toda a infra-estrutura construída será incorporado ao patrimônio da CRF conforme a ser acordado em um convênio de cooperação técnica entre o projeto e a CR. Na continuidade deste processo já demos inicio ao programa com a planificação dos custos e o desenho da planta baixa. Atualmente, a equipe do projeto vem se reunindo periodicamente para construção da logística e estratégia de ação em BVR.

5. INFORMAÇÕES ADICIONAIS

5.1 Renovação do convênio com a Escola Agrotécnica Federal de Manaus (EAFM)

O projeto e a Escola Agrotécnica Federal de Manaus (EAFM) possuem desde 1997, um convênio para uso da área da EAFM, uma área de 08 hectares onde esta estabelecida a Unidade Demonstrativa de Permacultura do projeto. Em outubro de 2002 o prazo do convênio expirou. Entretanto, muito tempo antes que concluísse o prazo de vigência do convênio as negociações para a renovação já haviam sido iniciadas. Porém, uma série de situações de força maior fez com que a renovação deste contrato fosse adiada para 2003 e felizmente no mês de agosto de 2003, com aproximadamente 18 meses de negociação conseguimos a renovar o convênio por mais 04 anos. O que nos possibilita a continuidade das atividades prevista no plano estratégico do projeto. E nos impulsiona a trabalhar cada vez mais com transparência e objetividade na busca de alternativas para a viabilização de soluções para a construção de uma sociedade com maior equidade social e sustentabilidade ambiental.