6) Projeto Meliponicultura em Boa Vista do Ramos
   
 

As abelhas nativas da Amazônia são responsáveis por 60 a 90% da polinização de espécies de árvores. Das quase 300 espécies de abelhas, 100 estão em perigo de extinção. O Projeto de Meliponicultura está sediado na região do Curuçá, interior do município de Boa Vista do Ramos, atuando por meio de cursos, encontros e divulgação, envolvendo as comunidades organizadas do interior do estado na atividade de criação de abelhas indígenas sem ferrão, como forma de preservação ambiental e fonte de renda alternativa.

São objetivos dos projetos: 1) Divulgar a meliponicultura; 2) Capacitar os moradores da região no manejo de abelhas nativas; 3) Potencializar a meliponicultura como fonte de renda alternativa e 4) Consolidar parcerias que garantam o futuro da meliponicultura. A contratação de técnico e a aquisição de equipamentos de comunicação e informática, tem por objetivo criar mecanismos para o gerenciamento e administração do Projeto. A construção da Micro-indústria de beneficiamento do mel e seus equipamentos são itens fundamentais para pleitearmos o registro do mel junto ao Serviço de Inspeção Federal - SIF.

Em março de 2000, em Boa Vista do Ramos, Fernando Oliveira iniciou as atividade de Meliponicultura (criação de abelhas indígenas sem ferrão), com 35 colméias de abelhas nativas, trazidas de Manaus, que foram implantadas na sede do Projeto Iraquara, no rio Mariaçu, região do Curuça. Fernando coordenou um processo de reprodução controlada durante os primeiros 12 meses. Estas reproduções deram origem a 200 colônias de abelhas indígenas sem ferrão, que foram repassadas para os moradores, capacitados no início de 2001. Hoje, somam-se 750 colméias, com um total de 63 famílias meliponicultoras, espalhadas em 10 comunidades, com a previsão de produzir 1.500 quilos de mel de meliponíneos até dezembro de 2003, gerando o aumento da renda média mensal entre as famílias de R$ 60,00 (sessenta reais), que serão ampliados a cada ano, por meio de reproduções e o conseqüente aumento da produção de mel para ser comercializado.

A construção do Laboratório de Processamento para o mel de meliponíneos é essencial para a comercialização do mel produzido na área e também para adquirir a liberação do SIF (Serviço de Inspeção Federal), que consiste em um atestado de bons procedimentos de industrialização e qualidade, necessários para a comercialização do mel. Para industrializar o mel das abelhas indígenas sem ferrão, será preciso construir uma estrutura física, sob a orientação do Ministério da Agricultura, onde os primeiros passos, como: a localização do terreno, a sua doação e a apresentação da planta do laboratório, já estão sendo encaminhados. O próximo passo, então será construir o prédio e instalar os equipamentos necessários para o beneficiamento do mel. Para isso, o desenho destes equipamentos está sendo elaborado para futura fabricação destes equipamentos.