Ciclo vegetativo das hortaliças
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Alface |
4 a 7 dias |
40 a 50 dias |
Salsa |
2 a 14 dias |
70 dias |
Cebolinha |
8 dias |
30 dias |
Couve |
3 a 10 dias |
30 a 45 dias |
Coentro |
8 dias |
40 a 60 dias |
Repolho |
3 a 6 dias |
100 a 120 dias |
Pepino |
3 a 6 dias |
30 a 35 dias |
Quiabo |
7 a 17 dias |
80 a 90 dias |
Pimentão |
8 a 12 dias |
100 a 120 dias |
Maxixe |
3 a 6 dias |
60 a 70 dias |
Beringela |
5 a 13 dias |
80 dias |
Tomate |
6 a 8 dias |
90 a 100 dias |
Rúcula |
3 a 5 dias |
30 a 40 dias |
Abóbora |
4 a 7 dias |
90 a 100 dias |
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Espécies |
Espaçamento de plantio |
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Alface |
30 cm |
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Salsa |
5 cm |
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Cebolinha |
10 cm |
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Couve |
60 cm |
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Coentro |
5 cm |
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Repolho |
40 cm |
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Pepino |
60 cm |
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Quiabo |
60 cm |
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Pimentão |
60 cm |
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Maxixe |
3 m |
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Beringela |
60 cm |
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Tomate |
60 cm |
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Rúcula |
30 cm |
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Estratégias na Horticultura
A agricultura convencional dispõe de inúmeras armas para combater tudo que possa vir a prejudicar o seu cultivo, porém já sabemos que essas medidas não são as melhores para o nosso planeta. Não se engane pois o cultivo orgânico também possui suas estratégias para beneficiar a sua plantação e a saúde da Terra.
Rotação de Cultura
É uma medida muito eficiente para dificultar o ataque de pragas e doenças em qualquer tipo de plantação. Consiste em rotacionar diferentes espécies e famílias de plantas em uma área de cultivo. Por exemplo, se em um canteiro você plantou alface e o ciclo dela já acabou, da próxima vez plante tomates e suas alfaces transplante em outro canteiro.
Assim se tem enormes benefícios: Com diferentes espécies, você tem diferentes portes de planta e profundidade de raízes, ou seja elas vão consumir nutrientes que estão em diferentes profundidades e plantas menores que foram recém transplantadas aproveitam sombra de plantas maiores. É possível também confundir as pragas que vão dar de cara com plantas que eles talvez não apreciem misturadas com suas preferidas, assim o ataque é dificultado.
Policultura
Estamos acostumados a passar nas estradas e ver imensas áreas de produção de grãos, árvores para madeira ou pasto, essa é a famosa monocultura onde só se planta uma espécie de planta, se utiliza adubos químicos e onde as plantas estão mais suscetíveis ao ataque de pragas.
Raciocine um pouco: Nada no mundo é sozinho completamente, todos os seres são dependentes de outros para viver, essa é a complexidade que torna a natureza perfeita. Não seria mais fácil portanto imitar essa perfeição para nos dar bem?
Tente então em seus cultivos misturar espécies diferentes de hortaliças em um mesmo canteiro ou fazendo bordas ao redor das hortas. Experimente introduzir espécies ornamentais com bonitas flores assim você chama insetos polinizadores e mesmo algumas espécies aromáticas e que são repelentes naturais de insetos e microorganismos maléficos.
Exemplos: Capim-citronela, Cravo-de-defunto, manjericão, Capim santo, Catinga de mulata, Alecrim, Hortelã, e etc. Sua horta além de ficar mais bonita funcionará mais parecida com um verdadeiro ecossistema.
Hortaliças e suas famílias
Compostas ou Asteráceas: Alface, chicória, alcachofra, almeirão.
Brássicas: Couve, couve-flor, repolho, brócolis, rúcula.
Solanáceas: tomate, pimentão, berinjela, jiló, batata(esta família não gosta que se molhe suas folhas, não irrigue por aspersão).
Crucíferas: rabanete.
Umbelífera ou Apiácea: salsa, cenoura, coentro, aipo.
Curcubitáceas: abóbora,chuchu,pepino, melão, melancia.
Aliáceas: alho, cebolinha, cebola.
Labiadas: Orégano, hortelã, alecrim, manjericão.
Esterqueiras ou composteiras
Acredite, você pode ter sua compostagem dentro do próprio canteiro de hortaliças. Faça um pequeno buraco dentro do canteiro, forre as sua laterais com madeira, bambu ou vergalhões e vá depositando nele todo o resto orgânico do próprio canteiro e pequenas quantidades de esterco, irrigue de vez em quando. Plante ao seu redor as hortaliças que vão direcionar suas raízes para a esterqueira onde terá sempre alimento e umidade. Tomates e pimentões adoram esse tipo de ambiente.
Onde achar os nutrientes
A obtenção de macro e micro nutrientes é essencial para uma boa produção de hortaliças que geralmente são exigentes. Consulte essa lista para achar fertilizantes de origem natural:
Nitrogênio - sangue e ossos, borra de café, penas, restos de peixe, folhas verdes, urina.
Fósforos - sangue e ossos, cinzas de madeira, xaxim, rocha calcária. Enxofre - húmus.
Potássio - sangue e ossos, samambaia, restos de peixe.
Cálcio - ossos, rocha calcária, folhas picadas, conchas, cinza de madeira, xaxim.
Micronutrientes - ossos, composto, restos de galinha e peixe, cogumelos, algas marinhas, ervas daninhas, húmus, plantas aquáticas, castanhas.
4. PRODUÇÃO DE ADUBOS NATURAIS
Os adubos feitos a partir dos recursos biológicos são mais baratos para o bolso e para o planeta.
A produção dos fertilizantes naturais não é restringida, qualquer pessoa, de diferentes objetivos podem produzi-lo. Comunidades agrícolas podem se organizar para uma produção que sustente seus cultivos, grupo de pessoas nas cidades recolhendo resíduos podem abrir empresas de compostagem ou alguém morando em apartamento pode ter uma pequena composteira ou minhocário para tratamento de seus próprios resíduos orgânicos e cultivando hortaliças em vasos. Bom, se não estiver ao alcance de sua vontade fazer isso, seja ético, procure agricultores ou empresas sérias que forneçam esses adubos e contribua comprando de quem faz um bom trabalho.
Na FDD só usamos adubos feitos utilizando os recursos naturais e durante todo o tempo de 7 anos desse projeto, constatamos através de experiências práticas o uso da compostagem orgânica, biofertizantes e húmus de minhoca.
Compostagem Orgânica
A compostagem é um processo natural onde ocorre a decomposição de materiais de origem orgânica. Imitando esse processo natural, fazemos as pilhas de compostagem verticais nas quais aceleramos a decomposição realizadas por bactérias e fungos. É importante observar sempre a relação C/N de 30:1 na compostagem, basicamente isso quer dizer que sempre se põe mais quantidade de material rico em carbono para uma baixa porcentagem de nitrogênio.
Os materiais básicos que utilizamos na FDD são os seguintes:
Material rico em carbono: capim seco, serragem, folhas;
Materiais ricos em nitrogênio: estercos, capim verde, plantas leguminosas, vísceras (peixe principalmente), sangue;
Minerais: pó-de-rocha, calcário dolomítico, cinzas, farinha de ossos;
Inoculantes: material de uma pilha já pronta, serrapilheira da floresta, etc.
Ferramentas e Materiais de proteção necessários:
Pá- de-bico
Forcado
Enxada
Mangueira
Botas
Luvas
Máscara de proteção
Terçado
Modo de fazer: Uma pilha de compostagem é feita em camadas como um sanduíche, inicie sempre com uma boa camada de material carbônico, em seguida coloque os materiais ricos em N, repita essas camadas terminando sempre com carbono, exemplo:
1º camada: serragem.
2º camada: esterco de boi.
3º camada: capim seco.
4º camada: plantas leguminosas e vísceras.
5º camada: folhas secas.
A quantidade de camadas é determinada pelos materiais disponíveis, e a altura padrão é de no mínimo 1m.
Água
È importante acrescentar água com ajuda da mangueira durante a construção da pilha, sem água o ambiente não é favorável para a proliferação dos microorganismos que realizam a decomposição. Tomando sempre cuidado para não encharcar demais o que dificulta a fermentação.
Temperatura
O controle da temperatura é importante pois é através dela que avaliamos a atividade das bactérias e fungos que realizam a decomposição do composto. Depois de feita, nos dois primeiros dias a pilha vai aumentar a temperatura até 70ºC. Quanto mais quente mais atividade dos microorganismos que estão liberando calor. Durante a evolução de decomposição a tendência é a pilha estar fria no final do processo. Para acompanhar o desenvolvimento da temperatura, finque no meio da pilha um vergalhão ou um galho de madeira e verifique sempre.
Aeração
Entre as camadas é possível introduzir materiais que ajudam na entrada de ar da pilha de composto como por exemplo,canos, varas de bambu, feixes de capim, cano ou estacas de madeira.
Depois de pronta a pilha, espere de 4 a 5 dias para começar a revirá-la, esse processo permite a entrada de ar no composto, inverte a posição dos materiais e com isso a atividade bacteriana é favorecida para que a decomposição seja acelerada.
Como fazer a reviragem: Com a pá, remova o material do composto que está nas laterais e ponha no centro da pilha, e vice-versa. Inverta também os materiais que estão acima para a parte de baixo da nova pilha.
Quando o composto está pronto?
O composto está pronto quando está frio e perde o mau cheiro da fermentação, apresenta um agradável odor de terra, é poroso e completamente granulado com coloração escura. Os nutrientes de uma compostagem bem sucedida estão disponíveis para a assimilação das raízes, você pode ainda peneirá-lo ( tela de 1/2”) ou usá-lo imediatamente. Tenha sempre cuidado ao armazenar os adubos orgânicos, ensaque e guarde em lugar seco e sombreado, evitando as chuvas.
Cuidados pessoais necessários: Agora que você já sabe como fazer o composto é preciso ficar alerta para a sua higiene pessoal, pois como foi dito no início, o composto e outros adubos são ricos em microorganismos benéficos para o solo e as plantas, isto não quer dizer que seja benéfico para nós seres humanos. Portanto é muito importante que se use os materiais de proteção para evitar problemas e sempre após trabalhar com esses produtos tome um bom banho. Lembre-se que é mais fácil prevenir do que remediar.
Caso tenha dúvidas consulte a tabela.
SINTOMAS, POSSÍVEIS CAUSAS E SOLUÇÕES:
A pilha não está aquecendo?
Falta de nitrogênio
Alta de umidade
A pilha precisa ser revolvida
O composto pode estar pronto
Adicione materiais ricos em nitrogênio
Faça orifícios e com a mangueira adicione água na pilha
Use o forcado ou a pá para levar o material situado nas bordas para o centro da pilha e vice-versa
A pilha está úmida e só aquece no centro?
A pilha é muito pequena
Junte mais material e faça uma pilha maior
Cheiro desagradável proveniente da pilha
Falta de oxigênio devido a compactação
Falta de oxigênio devido ao encharcamento
Revolva a pilha e ponha um arejador
Adicione materiais ricos em carbono para absorver o excesso de água
Minhocultura
A criação de minhocas para produção de húmus é uma atividade que está em plena expansão no mundo e mais recentemente no Brasil. Durante muito tempo se questionou a atuação da minhoca no solo e muitas pessoas até hoje pensam erroneamente que elas prejudicam o desenvolvimento das plantas chegando até a catá-las e matá-las com medo disso. Nos Estados Unidos há um mercado de milhões de dólares com a venda de minhocas para isca na pesca esportiva. No Brasil a criação para a produção de húmus atingiu status e o reconhecimento do húmus como um dos materiais mais nobre, rico e completo para a nutrição das plantas vem sendo comprovado por diversos produtores e órgãos de pesquisa.
Biologia: As minhocas são vermes do filo Annelidae, classe Oligochaeta, ordem Haplotaxiada e da família Lumbricidae. São seres que vivem no solo e desempenham um papel muito importante pois se locomovem dentro da terra formando galerias, abrindo espaço para a entrada de água, permitindo a aeração das raízes e ao digerirem o solo e a matéria orgânica, transformando-os em húmus, permitem a liberação de vários nutrientes importantes para a nutrição das plantas. Além disso a minhoca possui glândulas calcíferas que regulam naturalmente o pH do húmus, daí sua rápida assimilação pelas raízes. O primeiro cientista a relatar cientificamente os benefícios das minhocas para o solo e sua relação com as plantas foi o inglês Charles Darwin.
As minhocas possuem cérebro, vários corações, papo, moela, e intestinos. Não possuem audição nem visão porém possuem sensibilidade táctil surpreendente. A cutícula que protege o corpo desse animal é responsável pela trocas de oxigênio, por isso sua umidade é imprescindível. Fora do seu ambiente natural as minhocas não suportam a luz do sol e ressecam rapidamente, morrendo rapidamente por desidratação. Sua musculatura é impressionante e podem remover até 60 vezes o seu próprio peso. Ingerem por dia o equivalente ao seu próprio peso que chega na idade adulta 0,5g.
São seres hermafroditas, mas necessitam de parceiro para realizar a fecundação trocada, sendo que desse acasalamento as duas minhocas são fecundadas. Algumas horas depois do ato sexual elas emitem casulos contendo de 10 a 20 ovos dependendo da espécie. A maturidade das minhocas é alcançada com 40 a 50 dias depois da eclosão dos ovos. Em dois meses a quantidade de minhocas dobra.
Em seu ambiente natural as minhocas nativas do Brasil como a minhocoçú, desempenham seu papel fundamental na natureza, porém até agora não se sabe de experiências bem sucedidas na minhocultura com essas espécies pois suas características não são de decompositoras específicas de estercos e por isso não se adaptam à criação para essa finalidade.
Vermicultura
A Vermicultura é uma criação de onde se cuida somente a reprodução de minhocas. Essa atividade tem por objetivo a comercialização das minhocas e a distribuição de matrizes na vermicompostagem.
Espécies utilizadas:As minhocas mais utilizadas na minhocultura é a Gigante Africana (Eudrillus eugeniae) e a Vermelha da Califórnia (Eisenia foetida). As duas espécies são estrangeiras e são preferidas por sua prolificidade e rusticidade. As minhocas nativas do Brasil não se prestam à minhocultura por não se adaptarem ao cativeiro e por terem hábitos alimentares diferenciados das estrangeiras citadas.
Local da criação: Prefira locais sombreados com cobertura para proteger da chuva e evite lugares barulhentos.
Canteiros de reprodução ou Berçários: Podem ser utilizados os canteiros comuns de alvenaria ou recipientes como caixas d'agua, tambor cortados ao meio, caixas de madeira, etc.
Substrato: Use compostagem orgânica ou esterco bem curtido. Lembre-se, quanto mais rico em nutrientes for o material utilizado, mais rico será o húmus. Geralmente se diz que as minhocas não suportam o substrato muito úmido ou com alto teor de amônia porém na FDD temos experiência com reprodução sob esterco fresco e urina de coelho com ótimos resultados. Uma curiosidade: as minhocas adoram comer papéis, papelões e cartelas de ovos, só evite que eles contenham plásticos ou sejam muito coloridos. Picote-os bem e misture no substrato, depois de um mês você não verá nem vestígios deles. Mantenha o substrato sempre bem protegido por cima para manter sua umidade com folhas bem secas, poda de capim sem sementes, papelões, sombrite, etc.
Umidade: O substrato deve ter de 40 a 60% de umidade, por isso umedeça com cuidado sempre que perceber que o material estiver muito seco. Para averiguar a umidade faça o teste do aperto de mão: Pegue uma porção do substrato entre os dedos e aperte, se sair pequenas gotas de água entre os dedos, a umidade está boa, ser escorrer demais está muito úmido, se nada sair está seco demais.
Manejo
Em um recipiente com capacidade para 40 cm³ de substrato,umedecer levemente;
Coloca-se meio litro de minhocas adultas;
Após quatro dias ponha de um lado frutas cortadas ao meio para alimentação das minhocas;
De dois em dois dias repõem-se alimento do lado oposto e preencha com mais substrato do lado que havia frutos;
Faça isso durante o período de três meses;
Após esse período, as minhocas adultas já se reproduziram e você terá em média 2,5 litros de minhocas prontas para distribuir nos canteiros ou vender.
Vermicompostagem
Na vermicompostagem o objetivo da criação é a produção de húmus, as minhocas são espalhadas em canteiros com substrato e não são alimentadas com frutas.
Espécies utilizadas: As mesmas espécies da vermicultura podem ser utilizadas, sendo que em cada 1m³ de canteiro deve ser usado 1 litro de minhocas.
Local da criação: Siga as recomendações da vermicultura e em terrenos inclinados aproveite para fazer a chorumeira.
Chorumeira: A chorumeira é um reservatório que recolhe o excesso de umidade dos canteiros em declive. Esse chorume é um importante material de adubação que pode ser usado igualmente como o biofertilizante.
Canteiros de vermicompostagem: Os canteiros podem ser construídos de madeira ou alvenaria. Medidas padrão: 1m de largura, altura de até 40 cm e comprimento variável. Lembre-se que você pode usar a imaginação e reutilizar recipientes para seus canteiros de vermicompostagem.
Substrato: Mesma recomendação da vermicultura.
Peneiração: Quando o húmus está pronto é hora de separá-lo das minhocas . O método mais utilizado é usar uma mesa telada (diâmetro 1/4) onde se peneira o húmus. É uma atividade que deve ser feita com cuidado pois geralmente pode machucar ou estressar as minhocas. já existem métodos menos estressantes como as caixas iscas e a criação em box.
Manejo
Nos canteiros de vermicultura coloque o substrato e umedeça.
Coloque as minhocas na superfície que aos poucos elas entrarão no substrato.
O período de humificação vai de 30 a 45 dias, observe sempre a umidade do substrato fazendo o teste do aperto de mão.
Quando o húmus estiver pronto é hora de peneirar para separar as minhocas.
O húmus deve ser ensacado e guardado em lugar protegido.
As minhocas devem ser selecionadas para matrizes e as jovens para novos canteiros de reprodução.
Inimigos do minhocário
Alguns predadores vão adorar sua criação de minhocas! Passarinhos e lagartos catam minhocas nos canteiros que são suculentas demais para eles. Mais o visitante mais temido na minhocultura são as sanguessugas. Também são vermes da mesma família das minhocas mais são predadoras. É fácil identificá-las pois são mais avermelhadas que as minhocas e quando esticadas não se quebram com facilidade. A umidade elevada do substrato é o ambiente favorável para a proliferação das sanguessugas. Extermine todas durante a peneiração pois seu ataque é fatal.
As formigas também adoram fazer seus ninhos no minhocário. Elas atacam e matam muito facilmente as minhocas. Retire a porção de húmus que contém o ninho das formigas e o óleo queimado pode ajudar quando passado ao redor do minhocário.
Biofertilizante
O biofertilizante é o produto pastoso resultante do processo da fermentação da matéria orgânica. É preparado em um tambor com vários ingredientes vegetais e animais diluídos em água, onde ocorre a proliferação de milhões de bactérias e fungos que irão decompor esse material. Com essa atividade há liberação de uma variedade muito grande de nutrientes essenciais para a nutrição das plantas além de desempenhar vários outros papéis benéficos. Originalmente é obtido de biodigestores onde o processo de fermentação é anaeróbico ( sem oxigênio) e há produção do gás metano. Porém também pode ser obtido de fermentação aeróbica ( com oxigênio) tendo então uma porcentagem mais baixa de nutrientes que o anaeróbico.
Benefícios do biofertilizante:
Atua como fonte de nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas, é um alimento vivo que favorece o equilíbrio da necessidade dos nutrientes dos vegetais tais como:
Macronutrientes (exigidos em maior quantidade): Nitrogênio(N), fósforo(P), potássio(K), cálcio(Ca), magnésio(Mg), enxofre(S);
Micronutrientes (exigidos em menor quantidade): Molibdênio(Mo), manganês(Mn), zinco(Zn), cobre(Cu) boro(B), cobalto(Co), ferro(Fe);
Também tem efeito inseticida, nematicida, bactericida e fungicida. O biofertilizante aplicado via foliar protege as folhas das plantas criando uma película que dificulta o ataque dos insetos.
fitohormonal- influencia maior desenvolvimento da florada e enraizamento de mudas.
Receita do biofertilizante: Esta receita foi desenvolvida pelo pesquisador Moacir Biondo e foi repassada para a FDD há muitos anos, hoje em dia ela já foi alterada por alguns iingredientes e tem tido ótimos resultado em todos os cultivos realizados neste instituto.
100L de água
30kg de esterco fresco
3kg açucar mascavo
5 litros de soro de leite
30kg de sílica (folhas de bambu ou casca de arroz)
5kg de cinza
3 litros de melaço de cana
3kg de piperáceas ou puerária
Materiais necessários:
Recipientes: tambores de plástico, caixas de água, etc.
Peneira ou tela para coagem
Aparelho de verificação de pH
Vara para mexer o material
Luvas
Balde de medida
Modo de fazer:
Em um tambor comece a por os ingredientes um a um, sendo que as folhas devem ser picotadas;
somente a cinza deve ser colocada aos poucos durante o processo de fermentação;
Acrescente água e mexa bem o material com o auxílio de um pedaço de madeira;
Deixe o material descansar devidamente coberto;
Acrescente a cinza aos poucos a cada semana sempre verificando o pH do seu biofertilizante;
É preciso também mexer o biofertilizante aeróbico a cada semana para ajudar na decomposição;
Após um mês o biofertilizante está pronto e é hora de usá-lo;
Estando pronto é importante usar no tempo de um mês para não perder seus efeitos.
Modo de usar:
Via foliar: É a aplicação feita nas folhas das plantas com o pulverizador, para esse método é preciso que o biofertilizante seja coado para não entupir o pulverizador;
No solo: É aplicado ao redor das plantas diretamente no solo aonde as raízes vão diretamente absorvê-lo.
ATENÇÂO: Tome cuidado ao aplicar para não molhar as folhas e queimar as plantas, por isso sempre irrigue com água depois do biofertilizante para lavar os respingos.
Hortaliças
Via foliar: aplique na proporção de 1:20, uma vez por semana e parar antes da colheita;
No solo: aplique na proporção de 1:2 a partir da segunda semana depois do transplante.
Frutíferas e outras plantas
foliar- 1:15.
raiz- de 1:10 progredindo para 1:1.
5. DEFENSIVOS NATURAIS
Os maiores aborrecimentos em qualquer tipo de cultivo são as pragas, as doenças e as ervas daninhas. Quando tudo parece estar indo muito bem aparece um inseto, devasta tudo e rapidamente tentamos exterminá-lo sem perceber que ele está nos dando uma informação: As plantas não estão saudáveis. A mesma coisa acontece com as ervas daninhas que nos ocupamos tanto em arrancar. De agora em diante tente saber qual é a planta que infesta seu canteiro pois ela com certeza irá passar alguma informação sobre a condição do solo, por exemplo:
A Urtiga e o Caruru indicam solos com excesso de nitrogênio livre e deficiência em cobre;
A Beldroega indica solos bem estruturados, com umidade e matéria orgânica;
Samambaias indicam solos com excesso de alumínio tóxico;
Em solos com deficiência de potássio crescem Mamonas que são acumuladoras desse nutriente;
As Tiriricas infestam solos ácidos, mal drenados e com deficiência em magnésio;
O Picão Preto indica solo com média fertilidade;
Capins e ervas difíceis de arrancar nos demonstram solos compactados e mal drenados, suas raízes ajudam na descompactação.
Para diminuir a incidência de ervas use bastante cobertura nos canteiros que abafam e impedem o crescimento das ervas indesejadas.
Para as pragas aqui vão algumas receitas de prevenção e tratamento. aplique sempre nos horários mais amenos e pare a aplicação uma semana antes de colher as hortaliças.
Macerado de Samambaia
Controla ácaros, cochonilhas e pulgões;
Materiais: 1/2kg de folhas frescas ou 100 kg de folhas secas em 1 litro de água;
ferver por meia hora e depois dilua 1 litro desse macerado em 10 litros de água e pulverize.
Macerado de Urtiga
Controle de lagartas e pulgões;
Coloque 1/2kg de folhas frescas- ou 100g de folhas secas- em 1 litro de água e deixe-as mergulhadas na água por dois dias. Pra a aplicação dilua em 10 litros de água e pulverize sobre as plantas ou solo.
Chá de camomila
Controla doenças fúngicas, indicada para uso na sementeira;
Para preparar esse chá, pegue um punhado de folhas e faça imersão em água fria por dois dias e pulverize.
Solução de sal e vinagre
Eliminação de lesmas, caramujos e moscas brancas;
Misture 5 colheres de sal de cozinha, 100ml de vinagre, 50g de sabão biodegradável e 5 litros de água, depois coar e pulverizar uma vez por semana.
Extrato de primavera (buganvile)
Combate do vírus Vira Cabeça do tomateiro;
coloque dois litros de folhas de primavera em 1 litro de água. Bata tudo no liquidificador por um minuto e dilua em 20 litros de água. Coe e pulverize pelo menos uma vez por semana.
Água de Sabão e Pimenta malagueta
controle de pulgões e lagartas;
Separe 500g de sabão biodegradável de coco raspado ou ralado e 250g de pimenta malagueta. Triture a pimenta e aqueça o sabão na água, depois de esfriar misture a pimenta e coe. Aplique com o pulverizador.
Armadilha de cerveja
Atrativo para lesmas;
Pegue latas vazias, sem tampa ou mesmo pratos fundos. enterre as latas com a cobertura na altura do solo e coloque cerveja mistura com sal de cozinha. desta forma as lesmas caem na lata atraídas pela cerveja e morrem desidratadas pelo sal.
Nim
O Nim é uma planta exótica que age muito eficientemente contra pragas, todas as partes da planta são utilizadas mais as que mais se recomendam é a semente, o óleo, e suas folhas que contém uma porcentagem menor do seu inseticida natural;
Uso da semente triturada e das folhas(use o dobro da dose):30 a 50g-1 litro de água;
Uso do óleo: 5ml-1litro;
Pulverize uma vez por semana para o combate de lagartas, larvas, gafanhotos, besouros, pulgões e ácaros.
Tajá
Contra insetos
1kg de folha de tajá, 1/2 litro de água.
Usando luvas, picote as folhas de tajá e bata no liquidificador com meio litro de água. Tomando sempre o cuidado de não deixar o suco do tajá em contato com a pele.
Aplique o suco diluído em 10 litros de água e acrescente 5 ml de sabão vegetal líquido ou 3ml de óleo de andiroba.
BIBLIOGRAFIA
VIEIRA, Marcio Infante. Criação de Minhocas-Comercialização,Reprodução, Produção, Instalações, Bons lucros/ Márcio Infante Vieira.--Livraria Nobel S.A; São Paulo: SP, 1986.
BRANCO, Samuel Murgel. O Meio Ambiente em Debate/ Samuel Murgel Branco.--São Paulo: Moderna, 1997- Coleção Polêmica.
LEGAN, Lucia. A Escola Sustentável: Eco- Alfabetizando pelo Ambiente/ Lucia Legan.--São Paulo: Imprensa oficial do Estado de São Paulo; Pirenópolis: GO, IPEC- Instituto de permacultura e Ecovilas do Cerrado, 2004.
BALBACH, Alfons. As |Hortaliças na Medicina Natural/ Alfons Balbach, Daniel S. F. Boarim.--Itaquaquecetuba, SP: Editora Missionária, 1992.
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